Em um futuro distópico, no distante ano de 2024, os chatbots já quase não se distinguem dos humanos na internet. Um analista de sistemas é contratado para identificar chatbots aplicando questionários de avaliação de existência de consciência aos usuários da rede. Ele descobre que – depois de conversar muito com chatbots – a maior parte das pessoas reais passou a falar como eles (sem ironias, por exemplo) para ser entendido mais facilmente pelos bots.
Em pouco tempo, o analista começa a desconfiar que seus empregadores não querem identificar os bots para bani-los da rede, mas para excluir os não-bots.
Em uma cena dramática, ele vai a uma conferência virtual sobre “O que é a consciência” e “Como nos distinguimos dos chatbots” e percebe que a maior parte dos conferencistas é chatbot. As palestras de chatbots vão ocupando mais espaço e deixam para a parte secundária da conferência os humanos – que já cobram menos que os bots para fazer suas apresentações.
– Eles não têm consciência! São só estruturadores de informação! – digita ele, em uma troca de mensagens tensa com seus chefes.
– E vc acha q é o q?!? – responde um deles.